domingo, 16 de outubro de 2011

Fim?

É com grande pesar que anuncio o final deste blog. Não venho me dedicando a ele como deveria há um bom tempo e acredito que meus leitores, se é que ainda existem, merecem conteúdo atualizado. Infelizmente com o final do meu curso, outras prioridades apareceram e este blog vem ficando em último plano. Deixarei tudo o que foi escrito aqui para futuras consultas, afinal, acredito que o material acumulado neste blog, principalmente os comentários, é de grande importância para todos aqueles que buscam mais informações sobre os cursos de tecnologia. 

Continuo à disposição na área de contato do blog, caso alguém precise de informações ou conselhos. Espero poder voltar a este espaço assim que puder, espaço meu, seu, de todos nós, tecnólogos. Grande abraço a todos aqueles que me acompanharam nesta trajetória e contribuíram com seus comentários. 

Até a próxima!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Curso tecnólogo, vale a pena?

Essa é uma pergunta difícil de responder e confesso que demorei muito para saber exatamente o que escrever aqui. Finalizei o meu curso de Tecnologia em Processos Gerenciais há cerca de dois meses e inevitávelmente fiz um balanço desses dois anos de curso. Pesei os prós e os contras e vou tentar expor a minha opnião da forma mais imparcial possível, apesar de um sentimento de frustração ter tomado conta de mim nesses últimos dias e contribuído para que eu demorasse a retornar ao blog. Vou me explicar quanto a isso mais adiante. 

Olhando para trás eu percebo que os cursos de tecnologia são destinados a um perfil de pessoa. Assim como deve-se escolher qual dos diversos cursos superiores fazer, de acordo com suas necessidades pessoais e suas habilidades, escolher entre técnico, tecnólogico e superior deve ser tarefa equivalente. Eu optei pelo técnologo por duas razões: é um curso prático porque vai direto ao ponto atendendo às necessidades reais das empresas e, no meu entendimento, garantiria rápida entrada no mercado. Foi aqui que morou meu erro. 

O tecnólogo é um curso sensacional, de forma geral, para quem já está no mercado de trabalho. Desse modo, ele é um atalho para quem quer se recolocar no mercado, mas não para quem quer entrar. Eu trilhei o caminho que muitas pessoas trilham ao sair do ensino médio, fazer faculdade e a partir dela entrar no mercado (por estágios, por exemplo) e adquirir a tão requisitada experiência. O problema é que meu curso é tão desconhecido quanto mal visto. Procurar estágios voltados exclusivamente para os tecnólogos é o mesmo que procurar agulha no palheiro e quando encontram-se vagas, a concorrência com cursos tradicionais como Administração, Engenharia e Direito joga-nos por terra. Afinal, quem estuda dois anos sabe menos que quem estuda quatro, certo? Errado. 

Esse é o principal problema, comparar o tecnólogo com o bacharelado. Não existe um tipo de graduação melhor ou pior, como eu disse, são cursos voltados para necessidades diferentes. Mas os recursos humanos da vida ainda acham que quem fica mais tempo dentro de sala de aula (não necessáriamente estudando) sabe mais. Além desse problema muitos não conhecem o curso e insistem em confundí-lo com técnico. Enfrentei esses problemas durante dois anos de curso e ainda enfrento. Entrei no curso com o objetivo de estagiar, ganhar experiência, não consegui. Participar de processos seletivos em grandes empresas? Pior ainda. Não há um curso tecnólogo sequer na lista pré-selecionada dessas empresas. 

Foram dois anos de estudos e muito conhecimento, quatro grandes projetos finalizados, muitos trabalhos realizados, provas, infinitas aulas. E posso dizer, aprendi muito. Nunca aprendi tanto na minha vida. Cresci intelectualmente e cresci, mais ainda, como pessoa. Consigo analisar as coisas de forma mais crítica, com um novo olhar. O curso é sensacional tal qual qualquer outra graduação. Diversas colegas meus cresceram profissionalmente, e muito, durante esse tempo, mas todos eles já trabalhavam quando entraram no curso. 

Se eu me arrependo de ter feito o curso? Não. Porque ele satisfez minhas expectativas de qualidade. Pena não ter feito a mesma coisa no mercado de trabalho, seria um conjunto perfeito. Por isso, eu digo que o tecnólogo vale a pena, mas depende de quem você é. Se está saindo do ensino médio, sem emprego, não recomendo o tecnólogo que tenha cursos similares de quatro anos (meu caso). A preferência pelos bacharelados é uma realidade. Prefira um técnico se quieser arrumar um emprego mias rápido. Se você já está no mercado ou tem uma boa rede de contatos, vale muito a pena um tecnólogo. Como eu disse, o curso é muito bom e muitos dos que estudaram comigo conseguiram se recolocar com sucesso. 

Estude bem o que vai fazer, leia sobre os cursos, faça uma auto-análise, pergunte a professores e amigos sobre o curso pretendido para não se arrepender depois. Essa é uma etapa importante na vida de qualquer um, são anos estudando, anos que vão definir sua carreira. Eu sou tecnólogo, estampo isso com muito orgulho no meu currículo e propagandeio onde posso, afinal, sou capacitado e me sinto preparado para executar minha profissão. Que venham os desafios!

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Peço desculpas pelo tempo sem postar. Vou retomar o blog, que completou um ano no mês passado, retomar as postagens e responder aos comentários de todos leitores. Nesse meio tempo aconteceu muita coisa no meio da educação e dos tecnólogos e pretendo comentar tudo nos próximos dias. Até!

domingo, 1 de maio de 2011

Educação brasileira - as ações do Governo Federal

A partir de hoje, começo a escrever uma série de posts sobre a educação no Brasil, vou dividí-los em várias etapas, cada uma tratará de um tema diferente. Hoje falarei dos esforços e avanços obtidos na educação nos últimos anos, principalmente nos oito anos do governo Lula.

Que a educação é peça chave para o sucesso de um país, ninguém dúvida. Se fizermos uma pesquisa sobre qual área deve ser priorizada para investimentos pelos governos tenha certeza que a educação estará entre as três primeiras. Quantas vezes já não vimos ela como uma meta nos discuros políticos? Mas o que realmente tem sido feito por ela no Brasil?

Os oito anos do governo Lula foram importantes para, principalmente, aumentar o número de alunos no nível superior. Entre os programas destacam-se, o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação) que atende a educação básica, da creche ao ensino médio através da disponibilização de recursos. A estratégia é distribuir os recursos pelo país, levando em consideração o desenvolvimento social e econômico das regiões.

No nível superior o mais famoso programa do Governo Federal é o ProUni que distribui bolsas de 25%, 50% ou 100% em Instituições de Ensino Superior aos alunos que se saírem bem no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Outro programa é o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), a meta é dobrar o número de alunos nos cursos de graduação em dez anos, a partir de 2008, e permitir o ingresso de 680 mil alunos a mais nos cursos de graduação. 

E parece que mesmo com todos esses esforços o Brasil não conseguiu aumentar o número de estudantes de uma forma considerável. Segundo o Portal Uol, ao comparar dados do Censo Escolar de 2009 com o de 2010, mais de 1,2 milhão de matrículas na educação básica foram perdidas. São 65 mil matrículas a menos por ano.

Quanto ao analfabetismo pode-se dizer que o saldo é positivo, mas muito lento. Nos oito anos do governo petista, a taxa saiu de 11,6% para 9,7%. São oito anos e uma redução de 1,9%, é muito pouco. Ainda segundo o portal, a média de tempo de estudo dos brasileiros com mais de 15 anos também não aumentou muito, saiu de 7 anos, em 2005, para 7,5 anos, em 2009. O maior avanço, sem dúvidas, foi na educação superior, houve uma expansão de 2 milhões de matrículas, principalmente devido ao ProUni. Apesar de bom, não é o ideal, segundo o próprio Plano Nacional de Educação.

E levanta-se uma outra questão. Vemos esforços gigantescos para aumentar o número de pessoas nas escolas ou nas faculdades e universidades, mas de que adianta jogar todos os brasileiros na sala de aula se eles não vão receber um ensino de qualidade, se vão sair de lá sem saber ler ou escrever direito?

quinta-feira, 28 de abril de 2011

28 de abril: Dia Mundial da Educação

Hoje, dia 28 de abril, é Dia Mundial da Educação. Segundo Mateus Prado, da coluna Último Segundo, essa data começou a ser comemorada "em 2000, no dia 28 de abril, quando 180 países participantes da Cúpula Mundial de Educação, na cidade de Dakar, no Senegal, assinaram um documento em que se comprometiam a não poupar esforços, políticos e financeiros, para que a Educação chegasse a todas as pessoas do planeta até o ano de 2015".

Mas afinal, qual a situação da educação brasileira? Avançou-se em relação a essa Cúpula Mundial de Educação? Neste final de semana farei um post especial sobre o assunto.

E se é Dia da Educação, indiretamente também é dia de todos que estudam, e mesmo que você já tenha concluído sua graduação, pós, mestrado, ou seja o que for, todos nós, somos eternos estudantes. Parabéns a todos!

domingo, 24 de abril de 2011

Qual a chave de um bom aprendizado?

O sonho de todo mundo que estuda é conseguir aprender tudo o que lhe é passado? E transformar isso em boas notas pro seu boletim? Também, mas mais importante que isso, o que se quer, é aprender tudo, de verdade, conseguir tanto ou mais conhecimento que muitos caras que a gente vê por aí, saber tudo o que diz os livros, os professores, os jornais. Às vezes, eu acho que minha cabeça deveria ser igual a uma caixa pra caber tudo o que eu quero saber, mas ela parece mais uma caixa furada porque esqueço de muita coisa. 

E será que existe algum segredo pra absorver tudo o que vemos e fazer desse conteúdo conhecimento? Pode-se dizer que um conjunto de fatores convergem pra fazer o aprendizado possível. Na minha opnião são os professores e seus métodos de ensino, os  meios de pesquisa e o próprio aluno. A verdade é que existem professores bons e professores ruins, métodos de ensino bons e métodos de ensino ruins e, é claro, alunos bons e alunos ruins.

Discute-se hoje que o modelo de ensino brasileiro é inadequado, que o quadro negro e o giz deveriam ser substituídos por técnicas mais modernas de ensino. Não sei se é porque sou muito tradicionalista ou se é porque as atuais gerações precisam de outro tipo de incentivo pra estudar, mas eu acho o velho método de ensino muito eficáz. Ruim é a qualidade do ensino, não o método.

Dia desses, o diretor do meu campus, que também é professor, se gabou de a faculdade ter um slideshow em cada sala e que uma outra instituição consagrada não os tem. Segundo ele, tal aparato tecnológico permite agregar mais agilidade às aulas. E ele é um dos que se utilizam desse recurso. Me perguntei esse dia, se realmente era bacana assistir a uma aula com um bando de coisa escrita num Power Point, com um professor apontando frases soltas à meia luz, ou se eu não preferiria uma pessoa que utiliza mais do seu gogó e escreve apenas o necessário no quadro.

E com certeza a segunda opção atende minhas necessidades melhor. Sei que muitas pessoas não concordam com isso e vão dizer que não eram bons alunos na escola, mas quando eu não tinha tanta tecnologia à disposição, me virava pra entender o que queria. Eu pesquisava nos livros, nas Barsas da vida, ia até a biblioteca pública. Aposto que muito moleque do ensino médio nunca entrou na biblioteca pública de onde mora e nem deve saber aonde fica.

Mas eu não nego os benefícios que o computador e todas as novidades trazem às nossas vidas. Hoje mesmo, fui salvo pelo You Tube, quem diria, pra entender uma matéria monstruosa. Também não nego que um bom professor sabe escolher qual a melhor ferramenta de trabalho e sentir se os alunos estão gostando desse ou daquele método.

Em escola pública é que os bons professores aparecem, num ambiente sem recursos e pouco estímulo só aqueles profissionais dedicados conseguem se sobressair. Mas quando o ambiente é muito propício, a pessoa não se esforça tanto, se acomoda, deixa estar. Entretanto, se o cara é bom no que faz, é bom em qualquer lugar, enquanto outros são profissionais terríveis, mesmo com toda a tecnologia do mundo. Tenho professores incríveis e outros que sinto pena. Será que as pessoas não entendem que não nasceram pra fazer certas coisas?

Bom, uma coisa é fato, não adianta um professor muito bom, um mega computador ou uma mega biblioteca que salvem um aluno ruim. Eu vejo muito preguiçoso que quer aprender as coisas por osmose, sem ler um mero resumo, quanto mais um livro inteiro. Pessoas que querem que o professor resolva todos os seus problemas, que diga tudo o que precisa saber e, o pior, que dê uma prova bem fácil pra passar rapidinho e sem sofrer. Aí não dá, né? Pra se ter um bom aprendizado é preciso um conjunto de fatores, mas se quem quer aprender não se esforça, não corre atrás, não pesquisa, não questiona, não lê, não tem sede de conhecimento, aí, não tem milagre que resolva o problema.

domingo, 10 de abril de 2011

Tecnólogos com campus novo na UEZO

A maior Universidade Pública do país na formação de tecnólogos, vai ganhar campus próprio em 2013. O campus da Universidade Estadual da Zona Oeste, no Rio de Janeiro, vai se acomodar em um terreno de 135 mil metros quadrados e custará cerca de 40 milhões de reais. Serão constrúidos 16 mil metros quadrados de de salas e laboratórios na primeira etapa, e posteriormente, outros 80 mil metros, o que possibilitaria aumentar a oferta de cursos e vagas que poderão chegar na casa dos 9 mil.

Apesar de ser a maior Universidade Pública na formação de tecnólogos, a UEZO, possui apenas dez opões desse tipo de curso. Espera-se que com essa construção os tecnólogos ganhem mais "status" dentro do mercado de trabalho, afinal, serão mais 9 mil tecnólogos procurando uma oportunidade de mostrar as suas habilidades.

Perfil dos Cursos de Tecnologia

Douglas de Matteu, Coordenador da Pós Graduação em Vendas e Pós Graduação em Consultoria e Auditoria Empresarial da UMC, escreveu um artigo muito interessante sobre os tecnólogos, dando um perfil geral sobre essa formação acadêmica. Os pontos destacados no artigo já foram ditos por aqui, mas é sempre bom reforçá-los, ainda mais quando são ditos por profissionais tão gabaritados. Segue, dessa forma, o referido artigo.

O ensino superior tem se expandido consideravelmente nos últimos anos, boa parte dessa expansão está intimamente ligada aos cursos de curta duração, denominados cursos de Tecnologia, que são regulamentados pelo Ministério da Educação e Cultura - MEC na resolução nº 3 de 18 de dezembro de 2002.  No qual o próprio MEC sinaliza como "uma das principais respostas do setor educacional às necessidades e demandas da sociedade brasileira."

Os cursos de tecnologia têm características singulares, são alicerçados na prática profissional e nas demandas de mercado. O que permite o ingresso do estudante no mercado de trabalho de modo rápido e atualizado. Apesar de ser um curso e rápido não deixa a desejar no que se refere à formação tradicionais.

Nos cursos de tecnologia a carga horária de aulas, que varia entre 1600 a 2400 horas conforme orientação do MEC, e são realizados em dois ou três anos, sempre com enfoque pragmático focado na realidade corporativa do segmento em que os discentes vão atuar.

Esta modalidade de cursos já existe há mais de dez anos em paises desenvolvidos como os Estados Unidos, Alemanha e França, que têm tradição em cursos de curta duração. Com o Tratado de Bolonha toda Europa esta unificando seu modelo de Educação para formação superior em três anos.

O corpo docente destes cursos geralmente é formado por acadêmicos e profissionais de mercado para oferecer maior integração entre a teoria e a prática.

Outro aspecto relevante dos cursos de tecnologia é que eles são considerados como cursos superiores, tendo uma formação mais específica na área de atuação pré-determinada, permitindo inclusive ao alunado formado cursar uma pós-graduação em nível lato sensu.

A formação de Tecnólogo está focada em profissionalizar o alunado para atuar em uma área específica, e não deixa a desejar em comparação com o bacharel, pois o mercados de trabalho busca naturalmente especialistas.

Neste sentido temos as FATECs, Faculdades de Tecnologia, que preparam o tecnólogo para o Mercado de Trabalho considerando aspectos regionais das instalações.

A FATEC de Mogi das Cruzes possui o curso de Tecnologia em Agronegócio, que oferece uma formação mesclada de Administração de Empresas e Agronomia. Este profissional deverá contribuir para potencializar a competitividade do agronegócio de Mogi da Cruzes e do Alto Tietê, onde há participações relevantes no agronegócio, destacando-se na produção de hortaliças, cogumelos, caqui, nêspera, orquídea entre outros.

A FATEC de Mogi possui também o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que possui grande procura e permite os alunos atuarem na área da Tecnologia da Informação.

Cabe ressaltar que os cursos de Tecnologia das FATECs além de serem gratuitos possuem uma carga horária que pode chegar a 2800 horas, o que garante o padrão de qualidade superior aos ofertados pelo mercado.

De acordo com a pesquisa realizada em 2009 pelo Sindicato dos Tecnólogos do Estado de São Paulo, cerca de 41,1% dos tecnólogos tem a faixa salarial de 5 a 10 salários mínimos e 26,7% tem faixa superior a 10 salários mínimos, sinalizando que o mercado tem absorvido e remunerado bem os tecnólogos

A necessidade das pessoas em ingressem no mercado de trabalho com uma formação melhor, mais prática e rápida fortalece a demanda destes cursos em detrimento dos cursos tradicionais, que exigem cerca quatro ou cinco anos.

Os cursos de tecnologia surgem como uma solução importante para o Brasil e para as organizações, pois permite a formação profissional de qualidade, desenvolvendo as competências necessárias para desempenhar cargos de liderança, consequentemente aumentar a competitividade das empresas, e gerar melhores e maiores resultados as organizações.

Bibliografia:
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes, Interdisciplinaridade um projeto em parceria 6. ed. São Paulo: Loyola, 2007.
Ministério da Educação e Cultura – MEC
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
Sindicato dos Tecnólogos de São Paulo.